Na nossa coluna semanal sob o título “Quem povoou Petrópolis?” temos descrito a descendência dos colonos alemães que vieram povoar a nossa cidade. Acontece que um bom número deles não tem uma família a descrever, ou por não terem deixado filhos, ou terem-se ausentado daqui, vendendo suas propriedades ou mesmo tendo filhas e netas casadas com descendentes de outros colonos e vem nesse caso relacionadas nas famílias de seus maridos. Hoje vamos tratar de alguns desses casos
* * *
EBELING
O prazo 429 do Quarteirão Francês (registro nº 1149 e depois nº 1666) estava situado na rua dos Protestantes, depois Dona Isabel e hoje Rua Treze de Maio. Media 15 por 75 por 17 por 69,70 braças, perfazendo uma superfície de 1092 braças quadradas. Fôra destinado ao colono Ebeling mas quem aforou foi sua viúva dona Margarida Ebeling. Esta vende em 22.9.1860 5 braças de frente, ou seja 1/3 do prazo a Cristiano Finkennauer. Por morte de Margarida, o mesmo Finkennauer a 30.6.1872 compra o restante dos seus herdeiros. Hoje, a maior parte pertence a família Costa Freitas, e abrange os atuais prédios da Rua Treze de Maio, números 184, 202, 204, 212, 226 e 236.
SUA FAMÍLIA
Wendel Ebeling, n. na Alemanha por volta de 1804 e fal. Petrópolis 23.11.1845, com 5 meses de chegada aqui. Casado na Alemanha em 1834 com Margarete Nepont, n. por volta de 1814 na Alemanha e fal. antes de 1872. Margarete Nepont Ebeling casou 2ª vez em Petrópolis a 11.12.1849 com Georg Michael Herth, mas só teve filhos do 1º marido, e foram:
I – 1. Catharine Ebeling, n. na Alemanha em 1835 e fal. Petrópolis 20.10.1863
I – 2. Philipp Ebeling, n. idem em 1838 e fal. Petrópolis 9.4.1854
I – 3. Johann Ebeling, n. Alemanha em 1839 e fal. Petrópolis 9.4.1854.
* * *
EIFFLER
O prazo aforado por Georg Philipp Eiffler foi o de nº 829, do Quarteirão Mosela (registro nº 958) situado na atual Rua Pedras, com frente para o rio Paulo Barbosa e área de 12.668 braças quadradas. Eiffler vende seu prazo a 17.8.1871 a Pedro Ramos Carneiro, que por sua vez revende a 20.9.1871 a seu cunhado Johann Kolling. Ora, Johann Kolling, embora irmão da esposa de Pedro Ramos Carneiro, Elisabeth Kolling, era casado com Anne Marie Elisabeth Eiffler, filha do primitivo foreiro, dono do prazo. Voltou então o terreno à família de Georg Philipp. Em 1908 também uma parte do terreno é atribuída à sua filha caçula e ao marido desta, Galdino Sauer. Mas tarde é o resto adquirido pela família Fercher, prédios nº 85 e 181 da Rua Pedras Brancas de hoje (ex-rua Alemanha).
SUA FAMÍLIA
Georg Philipp Eiffler, n. em Hillscheid, bispado de Treves, na Alemanha, em 1800 e fal. Petrópolis 9.5.1876, casado na Alemanha em 1840 com Marie Elisabeth Maserer, n. Alemanha?? e fal.?? Pais de:
I – 2. Anne Marie Elisabetha Eiffler, n. Hillscheid 9.9.1841 e fal., casada 18.12.1859 com Johann Peter Goebel, sem mais notícias.
I – 8. Anne Marie Elisabeth Eiffler, n. Petrópolis em 1849 e fal. Casada 24.6.1868 com Johann Kolling, n. em 1846 e fal., filho de Christian Kolling e de Marie Susanne Coch (ou Tingler?) com filhos, ver família Kolling.
I – 3. Ana Maria Eiffler, n. Petrópolis 10.2.1850 e fal., casada 28.5.1881 com Galdino Sauer, n. Petrópolis 1847 e fal., filho de Johann Sauer e de Anne Catharine Kreuz, ver família Sauer.
Nota: em agosto de 1845, Georg Philipp Eiffler consta como pedreiro e Johann Jacob Eiffler como servente. Cremos ser este último seu irmão, mas dele não há notícia. Quanto às três filhas de Eiffler, parece-nos uma falta de imaginação ou alguma promessa, pois não variam os nomes: Ana Maria Elisabetha, Ana Maria Elisabeth e Ana Maria…
* * *
EXEL
Ao colono Christian Exel foi aforado o prazo 1232 (registro nº 1083) do Quarteirão Bingen, a 11 de junho de 1859 com 17.970 braças quadradas, e frente para o caminho colonial, hoje princípio da Rua Darmstadt, e final da Rua Bingen. Diz a título de aforamento que a testada era para o rio Piabanha, cremos entretanto tratar-se do rio Lallemant. Os herdeiros Debald e Exel venderam o prazo a Manoel Cecíclio Afonso Torres e Manuel Moreira. A Rua Manoel Torres atravessa o prazo cortando-o pelo meio. Ali foi aberta em toda a extensão do prazo a Rua General Câmara.
SUA FAMÍLIA
Christian Exel n. na Alemanha por volta de 1816 e fal. em Judiaí-SP, antes de 1874. casou-se (por informação, no Rio de Janeiro) em 1846 com Ana Maria Bárbara Weyer, n. na Alemanha em 1825 e fal. (casada 2ª vez Petrópolis 11.10.1874 com Aloys Stadler, n. no Grão Ducado de Baden, em 1817 e fal., viúvo de Maria Salomé Heeren). Pais de:
I – 1. Elisabeth Exel, n. em 1847 e fal. Petrópolis 2.2.1859, com 12 anos de idade.
I – 2. Pedro Exel, n. Petrópolis 5.12.1849 e fal. 20.10.1858, com 9 anos de idade.
I – 3. Rosina Exel, n. Petrópolis 19.3.1851 e fal. 23.9.1905, casada em junho ou julho de 1870 com Conrado Frederico Debald, n. 12.7.1850 e fal. (esmagado por uma carroça) a 7.11.1883, filho de Peter Debald e Elisabeth Schmitt, com filhos, descritos em nosso artigo já publicado.
I – 4. Cristiano Exel, n. 4.8.1856 e fal. 1.10.1916, casado 23.3.1879 com Auguste Wilhelmine Ittershagen, n. Hangenselzer, Alemanha 1.12.1856 e fal., filha de Heinrich Christian Ittershagen e de Marie Margarete Bauer. Pais de:
II – 1. Cristiano, n. 23.11.1879 e fal. 5.5.1880.
II – 2. Ana Maria Bárbara Exel, 27.6.1883 e fal. 16.3.1888.
II – 3. Margarida Exel, n. 12.10.1885 e fal. 9.9.1946, casada 28.3.1903 com Pedro Schmidt, filho de Heinrich Schmidt e de Luise Storck, ver família Schmidt.
II – 4. Amália Exel, n. 23.12.1887 e fal. 25.2.1907. Filha:
III – 1. Francisca Exel, n. 16.2.1907 e fal. 2.10.1919.
II – 5. Augusta Guilhermina Exel, n. 4.6.1890 e fal.
II – 6. Ana Elisa Exel, n. 21.5.1893 e fal. 13.5.1953, com 60 anos de idade.
II – 7. Pedro Exel, n. 1.8.1896 e fal. 25.3.1954. Seria casado com Maria Apolonia da Conceição. Pais de:
III – 1. Maria Dolores Exel, n. 19.2.1928.
III – 2. Angélica Augusta Exel, n. 7.7.1929 casada 24.9.1949 com Pedro João Schmidt.
I – 5. Henrique Exel, n. 13.4.1858 e fal.
* * *
GUNTERMANN
Jacob Guntermann aforou no ano de 1847 o prazo 2216 (registro nº 568) situado no Palatinado Inferior com 4062 braças quadradas de superfície, e com frente para a estrada normal da Estrela, hoje Rua Teresa, está localizado na esquina das Ruas Teresa e Visconde do Bom Retiro.
Não temos mais detalhes sobre ele, entretanto é certo que não morreu em Petrópolis e pouco demorou de posse do seu terreno, pois vendeu-o a Nicolau Antônio Nogueira da Gama a 29.1.1851. Este prazo, revendido a Miguel Cordeiro da Silva Torres e Alvim (1868), ao barão de Araújo Maia (1887) e pelos herdeiros deste a Manuel Ferreira da Silva.
Tribuna de Petrópolis, 29 – ago – 1981 – Página 5
QUEM POVOOU PETRÓPOLIS?
Carlos G. Rheingantz
Presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia e Membro do Instituto Histórico de Petrópolis e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário